Volta e meia, enquanto lemos as especificações de smartphones modernos nos deparamos com a expressão Gorilla Glass. O nome é marca registrada da fabricante Corning para um tipo de vidro fino e superresistente, composto de alumínio, silício e oxigênio, que protege telas de vários modelos de celulares, notebooks e reprodutores portáteis de mídia e outros.

Uma busca pelo nome do vidro no YouTube revela inúmeros vídeos de testes de resistência com o produto, mostrando verdadeiras sessões de tortura com aparelhos caros que são jogados várias vezes no chão de concreto, arranhados com metais pontiagudos e até mesmo martelados. Um dos últimos a surgir foi esse teste entre os concorrentes iPhone 5 e Galaxy S III, realizado pelo site Android Authority. Dá uma pena!



Desde sua primeira encarnação, o iPhone traz tela com proteção do vidro Gorilla. Aliás, a Apple é grande responsável pelo desenvolvimento do produto junto à Corning, estabelecendo mais um padrão de qualidade que hoje é adotado por várias fabricantes.

Na verdade, o revolucionário vidro surgiu de um experimento desastrado. Em 1952, o químico da Corning Don Stookey colocou uma amostra de vidro fotossensível dentro de uma fornalha a 600 ºC. Acidentalmente, os controles defeituosos elevaram a temperatura para 900 ºC. Quando o químico abriu a fornalha, esperava encontrar tudo derretido, mas o que ele viu foi um prato branco e duro. Ao tentar retirar o objeto de lá, ele o deixou escorregar da pinça, derrubando-o no chão. E surpresa: ao invés de se estilhaçar, o prato simplesmente quicou e repousou intacto. Era descoberto ali um novo tipo de vidro, mais leve que o alumínio e mais duro que o aço.

(Max Aguilera-Hellweg/Wired)
O material teve várias aplicações, na época, desde mísseis até instrumentos de laboratórios de química. A Corning então investiu na pesquisa e desenvolvimento do vidro. Nos anos 60, o material, mais aprimorado e resistente, passou a ser chamado Chemcor e era utilizado na produção de óculos, cabines telefônicas e janelas de penitenciárias. A Corning tentou aumentar o lucro com seu vidro oferecendo-o à indústria automobilística. Mas o alto custo do Chemcor não animou as fabricantes e a Corning o retirou de circulação, porém com a certeza de que ele teria uma aplicação melhor no futuro.

Algumas décadas depois, Steve Jobs estava trabalhando num produto para a Apple que ele acreditava ser revolucionário, o iPhone. Ele queria colocar no mercado um aparelho feito com os melhores e mais duráveis materiais. Na época, a Motorola lançava o RAZR V3, já trocando o plástico da tela por vidro comum. Jobs levou o conceito do novo dispositivo para a Corning, que logo viu uma oportunidade de ressuscitar o Chemcor e, finalmente, fazer dinheiro com ele. Mas sendo Jobs um amante do design, seu invento deveria ser compacto e leve - e o vidro da Corning, com 4 milímetros de espessura, precisava ser mais fino.

Nascia então o projeto Gorilla Glass que resultaria, mais tarde, num vidro superresistente, leve e com apenas 1,3 milímetro de espessura. A Corning teve ainda que desenvolver um modo de fabricar as folhas do vidro em larga escala e rapidamente para dar conta da demanda e do curto prazo da Apple. Em apenas quatro meses, o Gorilla Glass estava pronto para estrear no mercado, com o lançamento do primeiro iPhone, em junho de 2007. Entre as várias novidades, o telefone da Apple tinha uma tela que, ao contrário dos outros, não era arranhada pelas chaves no bolso, por exemplo.

(Divulgação)
Hoje, o Gorilla Glass é referência de durabilidade, presente em produtos que primam pela sofisticação. Em 2011, a Corning teve lucro de 700 milhões de dólares, licenciando o uso do supervidro para mais de 750 aparelhos de fabricantes do mundo inteiro, de tablets a televisores. E ela não para de aperfeiçoar seu produto: o Gorilla Glass 2 já está disponível no mercado, mais fino e 20% mais duro que o antecessor.

Para terminar, vale lembrar que o Gorilla Glass é superresistente, mas não é indestrutível. A tela do Galaxy S III do vídeo acima é protegida pelo vidro da Corning, assim como a do iPhone 5, mas isso não a livrou das rachaduras após as quedas do teste.

Com informações de Wired

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